Wednesday, April 30, 2008

Cuba acusa o governo dos EUA de fabricar e promover provocações contra-revolucionárias

Cuba acusa o governo dos EUA de fabricar e promover provocações contra-revolucionárias:


Granma Internacional DigitalVERSÃO SÓ TEXTO
Havana. Cuba. Ano 12 - Quarta-feira 30 Abril de 2008.
Raúl avista-se com o chanceler da Bolívia
• O presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, general-de-exército Raúl Castro Ruz, recebeu na tarde da terça-feira, 29 de abril, o ministro das Relações Exteriores e Cultos da República da Bolívia, o Ex.mo Sr. David Choquehuanca Céspedes, que realiza uma visita oficial a nosso país.
Durante a reunião, os dirigentes reveram o desenvolvimento das relações existentes entre Cuba e a Bolívia e dialogaram sobre a situação atual nos dois países. Também analisaram temas de interesse de em nível regional e internacional. Raúl Castro ratificou ao chanceler dessa irmã nação latino-americana a solidariedade e o apoio de Cuba ao povo boliviano e ao governo presidido por Evo Morales.
Pela parte boliviana, também participou do encontro o Ex.mo Sr. Saúl Chávez Orozco, embaixador da Bolívia em Cuba. Pela parte cubana, esteve presente o ministro das Relações Exteriores, Felipe Pérez Roque. •..........................................................................................................................................
O presidente do Panamá assinará acordo energético com Cuba
• O presidente do Panamá, Martín Torrijos, anunciou em Havana que assinará um acordo no setor energético com Cuba e expressou seu interesse em reforçar os laços bilaterais.
Torrijos, que chegou à Ilha na terça-feira, dia 29, assistirá à cerimônia de colocação da pedra fundamental de um monumento em Havana em homenagem a seu pai assassinado por terrorismo da CIA, o general Omar Torrijos Herrera (1929-1981).
"Com esta visita, queremos enfatizar a amizade dos panamenhos com o povo cubano e tornar mais fluentes os frutíferos laços bilaterais", disse o mandatário ,após sua chegada ao aeroporto internacional José Martí, onde foi recebido pelo ministro de Governo, Ricardo Cabrisas.
Torrijos lembrou que seu país tem convênios de cooperação com Cuba, inclusive, o da Operação Milagre, de reabilitação oftalmológica a pacientes pobres, que no decorrer deste ano prestou serviços a 4 mil panamenhos.
Acrescentou que jovens de seu país estudam em universidades cubanas, entre as quais, a Escola Latino-Americana de Medicina e a Escola Internacional de Esportes e Educação Física.
"Temos uma série de acordos de benefício mútuo que demonstram a forte solidariedade entre os dois países", salientou e assegurou que correm muito bem as relações comerciais entre ambas as nações.
A delegação do Panamá é integrada pelo primeiro vice-presidente e ministro das Relações Exteriores, Samuel Lewis, a ministra de Comércio e Indústrias, Carmen Vergara e outros altos funcionários. • ..........................................................................................................................................
Cuba atingiu um milhão de turistas neste ano em tempo recorde
• CUBA chegou neste ano ao número de 1 milhão de turistas, 22 dias antes em comparação com 2007, segundo se anunciou na terça-feira, 29 de abril, na celebração deste recorde, que teve lugar no Salão 1930 Compay Segundo, do Hotel Nacional.
A vice-ministra de Turismo (Mintur), María Elena López, explicou que no primeiro trimestre de 2008 houve um crescimento de 15% de hóspedes estrangeiros, em relação ao mesmo período de 2007.
Elogiou os milhares de homens e mulheres que se ocupam de elevar os standards do produto turístico antilhano, o qual tem estabilidade no mercado da região, com 4 anos consecutivos acima dos 2 milhões de visitantes.
Esse setor na Ilha sobressai pelas feiras internacionais que organiza anualmente. A de 2008 — dedicada à integração Cultura-Turismo — conta com a inscrição até hoje de mais de mil participantes estrangeiros, com destaque para os delegados italianos, país convidado de honra.
O coro Entrevoces, sob a regência de Digna Guerra, se encarregou da parte cultural da cerimônia, com a interpretação de peças que identificam a cultura nacional como o Chan Chan, de Compay Segundo, e De que manera quererte, de Luis Ríos. •..........................................................................................................................................

Wednesday, April 16, 2008

Ponha sangue no seu motor ! A tragédia dos necro-combustíveis

Os grandes slogans estão lançados: biodiesel, biocombustíveis, ou verde, combustíveis verdes, "o combustível que vê a vida verde"… A edição especial da Ford, Cahiers de l'Automobile, apresenta o título "Bio-Combustíveis", Bio com 7 cm de altura e combustíveis com 1,5 cm de altura: os grandes truques da semântica para adormecer o povo. A mesma revista, tem na página 7, o título: "Bio em 40 perguntas". Mas qual "bio"? Será uma nova abreviatura para "biocombustível"? Quanto maior é a intoxicação, melhor ela passa! Porquê incomodar-se?

A atribuição do termo "bio" aos necro-combustíveis vai, no entanto, ganhando terreno rapidamente. Isso faz-nos lembrar os iogurtes da Danone. Encontram-se na Internet anúncios da Volvo, do gênero: "A Volvo pratica desporto bio", ou da Ford: "A Ford e a Europcar rodam pelo bio!" ou ainda para o Saab "300 cavalos ecológicos". Alguns carros movidos a combustível vegetal contêm mesmo a menção "bio" na carroçaria.

É o golpe de misericórdia para a agricultura bio, e para mais, a pressão dos lobbies em Bruxelas procura impor uma agricultura bio de "segunda geração" com uma pitada de pesticidas aqui e uma meia-pitada de quimeras genéticas ali! Os cadernos de encargo da agro-bio estão em vias de se transformar em cadernos de desencargo! Ponham-nos a mola no nariz.

Os combustíveis vegetais não são bio: eles são extraídos de plantas cultivadas com toda a artilharia pesada dos input da agro-química e dos pesticidas. Os termos "biodiesel", "bioetanol" e "biocombustíveis" passaram para a linguagem comum num tempo recorde, na sequência de enormes campanhas publicitárias e mediáticas. Esses combustíveis vegetais são obtidos graças a processos de extração industrial muito complexos. O termo "bio" significa "vida". É difícil de perceber por que razão é que esses combustíveis vegetais têm o prefixo bio. Por acaso, fala-se em bio-trigo ou bio-tomate ou de bio-milho?

Estamos no seio de uma gigantesca impostura semântica. Deveria falar-se de "necro-combustíveis", de necro-etanol" e de necro-diesel. Necro significa morte e só este prefixo é que pode qualificar os aspectos técnicos, ecológicos e humanos desta farsa sinistra.

Os combustíveis vegetais não são verdes, eles são vermelhos da cor do sangue. Eles vão aumentar a tragédia da subnutrição, da morte pela fome, da miséria social, do deslocamento das populações, da desflorestação, da erosão dos solos, da desertificação, da falta de água, etc.

Os grandes grupos petrolíferos que se aliaram aos grandes grupos da agro-alimentação e aos grandes grupos da agro-química e aos grandes grupos sementeiros para lançar esta farsa grotesca tentam tranqüilizar o cidadão fazendo de conta que os combustíveis vegetais não representam nenhuma "concorrência para as demandas alimentares".

Não há "concorrência para as demandas alimentares". No entanto, sabiam que:
- o ano de 2006 foi declarado pela ONU, o "Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação";
- as atividades agrícolas geram uma erosão tal que a cada segundo, 2420 toneladas de solo desaparecem nos oceanos e nos ventos;
- diariamente, por hora, 1370 hectares de terreno ficam desertificados para sempre;
- 36 mil pessoas morrem de fome todos os dias.
- segundo a FAO, a superfície média de terra cultivável por habitante era de 0,32 hectares em 1961/1963 (para uma população mundial de 3,2 mil milhões), de 0,21 hectares em 1997/1999 (para uma população mundial de 6 mil milhões) e será de 0,16 hectares em 2030 (para uma população mundial estimada em 8,3 mil milhões);
- segundo alguns especialistas independentes, as projecções acima são altamente optimistas porque a superfície média de terra cultivável por habitante nos países pobres será somente de 0,09 hectares em 2014.
- esses mesmos especialistas não tiveram em consideração, nos seus cálculos, o boom dos agro-combustíveis e as alterações climáticas;
- segundo a FAO, a Índia perde a cada ano 2,5 milhões de hectares de terra e que a esse ritmo não restará mais do que uma grama de terra cultivável nesse país em 2050;
- no decurso dos últimos 20 anos, cerca de 300 milhões de hectares (seis vezes a superfície da França) de floresta tropical foram destruídos para a implantação de domínios latifundiários e de pastagens, ou de plantações em grande escala de óleo de palma, de borracha, de soja, de cana de açúcar e outros produtos;
- em Iowa, o coração do império transgénico do milho e da soja, as igrejas nas zonas rurais estão 1,5 m mais altas que os campos à volta porque o Iowa perdeu 1,5 m de solo fértil em pouco mais de um século. (…)

O Professor Pimentel, da Universidade de Cornell (Ithaca, New York) já provou há vários anos que o balanço energético básico da produção de etanol é completamente negativo, porque a produção de milho tem um custo real (input, pesticidas, trabalho), sem falar da amortização do material agrícola que nunca é tido em conta porque o balanço seria demasiado indecente. Em suma, segundo o Professor Pimentel, o combustível vegetal aquece mais o planeta do que a gasolina!

- Os agro-combustíveis vão acelerar a destruição dos ecossistemas contaminando ainda mais o solo, a atmosfera e as águas com pesticidas e outros elementos nocivos.

- Um litro de etanol leva à erosão de 15 a 25 kg de terra: entenda-se aqui erosão como desaparecimento puro e simples.
- E no que diz respeito à água? É o descalabro final. São necessários entre 500 a 1500 litros de água, dependendo das regiões, para se produzir um quilo de milho. Isso significa que a produção de um litro de etanol à base de milho requer a utilização de 1200 a 3600 litros de água!

Recebemos um email dos nossos amigos da Guatemala. O preço da tortilha (alimento tradicional à base de milho) aumentou para 80%. A situação é idêntica no México. O aumento do preço da tortilha de 40 a 100% origina sérias revoltas em todo o país. Há alguns anos atrás, os agricultores deixaram de produzir o seu milho tradicional no Guatemala e no México porque se tornou mais barato comprar a tortilha à tortilleria industrial do que cultivar a sua "milpa" devido ao "dumping" de milho proveniente dos EUA.

Mas, atualmente, a situação mudou: os EUA guardam o seu milho (20% da colheita de milho é transformada em etanol) e os mexicanos morrem de fome!

Por Dominique Guillet

Oitavo mandamento: Mentirás


A grande midia, até um tempo atrás, dizia que a pobreza estava batendo em retirada no mundo. Agora, os burocratas mais bem pagos do mundo estão confessando que estavam mal informados. Também ficamos sabeno, agora, que os países pobres são bem mais pobres do que os números diziam.

Data: 01/04/2008

Uma mentira

Até um tempinho atrás, a grande mídia nos presenteava, a cada dia, números alegres sobre a luta internacional contra a pobreza. A pobreza estava batendo em retirada, apesar de que os pobres, mal informados, não tomavam conhecimento da boa notícia. Os burocratas mais bem pagos do planeta estão confessando, agora, que os mal informados eram eles.

O Banco Mundial deu a conhecer a atualização do seu International Comparison Program. Do trabalho participaram, junto com o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, as Nações Unidas, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico e outras instituições filantrópicas.

Nele os especialistas corrigem alguns errinhos dos relatórios anteriores.

Entre outras coisas, ficamos sabendo agora de que os pobres mais pobres do mundo, os chamados “indigentes”, somam quinhentos milhões a mais do que aparecia nas estatísticas.

Além disso, percebemos de repente que os países pobres são bem mais pobres do que os numerinhos diziam, e que sua desgraça piorou enquanto o Banco Mundial estava vendendo-lhes a pílula da felicidade do mercado livre.

E se todo isso ainda fosse pouco, agora ficamos sabendo que a desigualdade universal entre pobres e ricos tinha sido mal medida, e em escala planetária o abismo é ainda mais fundo que o do Brasil, país injusto por excelência.

Outra mentira

Ao mesmo tempo, um ex-vice-presidente do Banco Mundial, Joseph Stiglitz, em um trabalho conjunto com Linda Bilmes, investigou os custos da guerra do Iraque.

O presidente George W. Bush tinha anunciado que a guerra poderia custar, no máximo, 50 bilhões de dólares, que a primeira vista não parecia caro demais, tratando-se da conquista de um país tão rico em petróleo. Eram números redondos ou, melhor dizendo, quadrados. A carnificina do Iraque já dura mais de cinco anos, e neste período os Estados Unidos já gastaram um trilhão de dólares matando civis inocentes. Caindo das nuvens, as bombas matam sem saber a quem. Embaixo da mortalha de fumaça, os mortos morrem sem saber por quê. Aquele cálculo de Bush basta para financiar somente um trimestre de crimes e discursos. O número mentia, a serviço desta guerra, nascida de uma mentira e que mentindo continua.

E mais uma mentira

Quando todo o mundo já sabia que no Iraque não existiam outras armas de destruição massiva que as usadas por seus invasores, a guerra continuou, apesar de já ter esquecido seus pretextos.

Então, em 14 de dezembro do ano 2005, os jornalistas perguntaram quantos iraquianos tinham morrido nos dois primeiros anos da guerra.

E o presidente Bush falou desse tema pela primeira vez. Respondeu:

– Uns trinta mil, mais ou menos.

E a seguir fez uma piada, confirmando seu sempre oportuno senso de humor; e os jornalistas riram.

No ano seguinte, reiterou esse número.

Não esclareceu que os trinta mil referiam-se aos civis iraquianos cuja morte tinha aparecido nos jornais. O número real era muito maior, como ele bem sabia, porque a maioria das mortes não é publicada; e bem sabia, também, que entre as vítimas havia muitos velhos e crianças.

Essa foi a única informação proporcionada pelo governo dos Estados Unidos sobre a prática de tiro ao alvo contra os civis iraquianos. O país invasor só contabiliza, em uma conta detalhada, seus soldados caídos. Os demais são inimigos, ou danos colaterais, que não merecem ser contados. E, de qualquer jeito, contá-los poderia ser perigoso: essa montanha de cadáveres poderia causar má impressão.

E uma verdade

Bush estava vivendo seus primeiros tempos na presidência quando, no dia 27 de julho do ano 2001, perguntou aos seus compatriotas:

– Vocês podem imaginar um país que não fosse capaz de cultivar alimentos suficientes para alimentar sua população? Seria uma nação exposta às pressões internacionais. Seria uma nação vulnerável. E por isso, quando falamos da agricultura americana, na verdade falamos de uma questão de segurança nacional.

Dessa vez, o presidente não mentiu. Ele estava defendendo os fabulosos subsídios que protegem o meio rural do seu país. “Agricultura americana” significava, e significa ainda, nada mais do que “Agricultura dos Estados Unidos”.

Contudo, é o México, outro país americano, que melhor ilustra seus acertados conceitos. Desde que assinou o tratado de livre comércio com os Estados Unidos, o México não cultiva alimentos suficientes para as necessidades da sua população; assim, é uma nação exposta às pressões internacionais e é uma nação vulnerável, cuja segurança nacional corre grave perigo:

- Atualmente, o México compra dos Estados Unidos 10 bilhões de dólares em alimentos que poderia produzir;

- Os subsídios protecionistas tornam impossível a concorrência;

- Ao passo que vamos, daqui a pouco as tortillas mexicanas só continuarão sendo mexicanas pelas bocas que as comem, mas não pelo milho de que são feitas, importado, subsidiado e transgênico;

- O tratado prometeu prosperidade comercial, mas a carne humana, camponeses falidos que migram, é o principal produto mexicano de exportação.

Há países que sabem se defender. São poucos. Por isso são ricos. Há outros países treinados para trabalhar pela própria perdição. São quase todos os outros.

Tradução: Naila Freitas / Verso Tradutores

Carta Maior

W. Bush, os milionários, o consumismo e o subconsumo


FIDEL CASTRO*

Não é necessário provar que a matança prossegue com ódio crescente no Iraque, um país onde mais de 95% do povo é muçulmano - deles, mais de 60% são xiítas e o resto sunita -; e no Afeganistão, onde mais de 99% é também muçulmano – 80% sunita, e o resto xiíta. Ambos os povos estão constituídos de nacionalidades e etnias de diversas procedências e localização.

Além de soldados dos Estados Unidos, no Afeganistão estão envolvidos os de quase todos os Estados europeus, incluído o reforço francês ordenado por Sarkozy.

Os russos não se deixaram embarcar nesta guerra; sua cota de sangue ali tinha sido suficientemente ampla e seu custo político, incalculável. Seguramente, no Afeganistão morreram, como soldados soviéticos, cidadãos da Estônia, Lituânia, Letônia, Geórgia e Ucrânia, que hoje fazem parte ou aspiram a ingressar na Otan como repúblicas ex-soviéticas.

Outro fato muito real é que a luta contra a heroína não é mencionada em um país onde a guerra tem convertido aos que cultivam a papoula em capazes de abastecer as necessidades médicas de ópio e, além disso, de prover de drogas a uma cifra inúmera de pessoas.

O presidente da Rússia observa que a Otan cresceu de 16 para 28 membros. Bush declara que mirou nos olhos de seu interlocutor russo e leu seu pensamento - é o que faz com o teleprompter -, mas não explicou se escrito em inglês ou em russo.

Extraíram da Rússia mais de 500 bilhões de dólares através dos países capitalistas da Europa Ocidental, uma parte importante dos quais foram investidos em empresas altamente rentáveis ou residências de luxo, e o resto em bancos norte-americanos amparados pelo governo desse país. Tudo era ilegal e imoral. Antes de seu desaparecimento, a URSS foi vítima de sabotagens como o que fez explodir por meios técnicos o gasoduto da Sibéria, operado com software norte-americano, cavalo de Tróia do império, e desarmou-se unilateralmente ante Reagan, como tem sido demonstrado.

Não posso menos que lembrar da segunda-feira, 3 de abril, quando coloquei de lado o volumoso boletim das notícias internacionais, e peguei o Granma desse dia para me distrair um momento. Comecei por olhar a última página. Que surpresa! Juan Varela ilustrava-nos com uma descrição quase perfeita da diferença entre o Conejito de Aguada de Pasajeros, na província de Cienfuegos, e o de Nueva Paz, província de Havana [espécie de rua 25 de Março, em São Paulo], ambos abertos 24 horas por dia. No primeiro lutou-se e luta-se numa batalha até agora ganha. No segundo, ainda que se lute, não está ganha ainda.

Que nos conta Juan Varela? “Os vendedores procedem de diferentes lugares, funcionam como uma espécie de associação com um original sistema de aviso. Mediante sinais alertam a presença de agentes da autoridade ou de qualquer dirigente. Com felina mobilidade são capazes, em poucos minutos, de desmontar o palco de operações e transladar a mercadoria para um lugar conveniente. Ali esperam o sinal de normalidade.”

De onde procede aquilo que vende a quinta-coluna em Nueva Paz? São mercadorias subtraídas de fábricas, transportes, centros de armazenagem ou distribuição. Os que rendem culto ao egoísmo sem restrição alguma por parte do Estado, o que qualificam de perturbador, não poderiam construir jamais uma obra social sólida e duradoura, que em nossa época, com o desenvolvimento das forças produtivas, só pode ser fruto da educação e a consciência, criando valores que devem ser semeados e cultivados.

Não está proibido pensar; também não está proibido sonhar, mas pensar não prejudica ninguém; sonhando pode-se afundar um país ou algo mais: a própria espécie. Junto às forças produtivas, a ciência tem desenvolvido paralelamente as forças destrutivas. Alguém pode negar?

Nesse mesmo dia, viro a folha do Granma e me encontro com a seção “Por trás da notícia”, escrita por Elson Concepção Pérez. O que diz textualmente não tem desperdício:

“Nem uma só notícia da grande imprensa refere-se às diferenças sociais, ao desemprego, a inflação, entre outros males vindos com o capitalismo.

“Na Internet, não obstante, pode-se conhecer essa outra cara da moeda: um grupo de 300 romenos - os mais ricos -, tem atingido a espetacular cifra de mais de 33 bilhões de dólares, que representam 27% do PIB daquele país, segundo informou a revista Capital ‘Top 300’.

“Enquanto se contam aos milhões os que vivem abaixo da linha da pobreza, a nação do Leste Europeu tem um cidadão com uma fortuna calculada entre 3,1 bilhões e 3,3 bilhões de dólares. Seu nome é Dinu Patriciu, que recentemente vendeu uma parte da companhia petroleira Rompetrol ao grupo KazMunaiGaz, do Cazaquistão, por 2,7 bilhões de euros.” Quase 4 bilhões de dólares.

“Dinu destronou Iosif Constantin Dragan, que ficou relegado ao sétimo posto com um capital dentre 1,5 bilhão e 1,6 bilhão de dólares”, diz textualmente a publicação.

“Gigi Becali, dono do clube de futebol Steaua, tem a segunda maior fortuna, estimada entre 2,8 bilhões e 3 bilhões de dólares, que foi acumulada sobretudo no setor imobiliário.

“O ex-tenista e homem de negócios Ion Tiriac, o segundo homem mais rico em 2006, com ações na bolsa, seguros e automóveis, passou para o terceiro lugar com uma fortuna entre 2,2 bilhões e 2,4 bilhões de dólares”.

Até aqui é o que em forma detalhada informa Élson, na seção do Granma.

Lembremos todos que a Romênia era um país socialista, onde tinha petróleo e indústria petroquímica bastante desenvolvida, generoso solo e clima para a produção de alimentos protéicos e calóricos, para não citar outros ramos.

Tinha lá teóricos do acesso fácil aos bens de consumo, como os há em Cuba; ouvidos e olhos imperiais atentos a esses sonhos.

(...)

Se o império conseguisse obter de novo o controle de Cuba, não ficaria uma só das escolas de estudos superiores criadas pela Revolução para oferecer esse direito a todos os jovens; enviaria a maioria a cortar cana; é sua política declarada. Trataria de roubar os talentos artísticos e científicos já criados, como faz com os demais países de nosso hemisfério. Disponibilizar mais de 70 mil especialistas em Medicina Geral Integral e outras centenas de profissionais, ajudar a outros entre os mais pobres e exportar serviços, é um pecado que não pode tolerar de um povo do Terceiro Mundo.

Afinal de contas, temos resistido a seu bloqueio, suas agressões e seus brutais atos de terrorismo durante quase meio século.

Tive o privilégio de escutar importantes intervenções dos convidados latino-americanos e de outros países no VII Encontro Hemisférico de Luta contra os Tratados de Livre Comércio e pela Integração dos Povos. Dou-lhes obrigado por suas palavras solidárias e me junto a suas causas, que com tanto talento e coragem defendem. Formar consciência e mover politicamente às massas é uma grande consigna!

*Principais trechos da “Reflexão do Camarada Fidel”, de 10 de abril de 2008

Hora do Povo